Tudo o que você precisa saber sobre o dente do siso!
Procedimentos
O dente do siso, também chamado de terceiro molar, costuma gerar muitas dúvidas. Ele é o último dente a nascer, normalmente aparece entre o fim da adolescência e o começo da vida adulta. Em alguns casos, aparece sem causar problemas. Em outros, provoca dor, desconforto e inflamações.
Apesar de ser um dente como os demais, o siso nasce no final da arcada dentária, onde, muitas vezes, não há espaço suficiente para que ele se posicione corretamente. Por isso, pode crescer em posições erradas, pressionar os dentes vizinhos, ficar coberto pela gengiva ou até preso dentro do osso. Esses fatores aumentam o risco de complicações, algumas visíveis, outras silenciosas.
O problema é que muitas pessoas só procuram o dentista quando a dor já começou. E nesse ponto, o dano pode ser maior. O ideal é avaliar com antecedência, mesmo que ele não esteja incomodando. Assim, o dentista pode orientar se é melhor manter ou remover, de forma planejada, evitando dores e surpresas no futuro.
Qual é a melhor idade para avaliar ou extrair o siso?Quando existe a necessidade de remoção, a idade ideal para realizar a extração costuma ser entre os 16 e 25 anos. Isso porque, nesse período, a raiz do dente ainda está em formação, o osso da mandíbula é mais flexível e a estrutura óssea ao redor do siso ainda não está totalmente calcificada. Tudo isso contribui para que a cirurgia seja mais simples, menos invasiva e com uma recuperação mais rápida e confortável. É também nessa fase que os riscos de complicações, como lesão de nervos ou infecções, são menores, o que torna o procedimento mais previsível.
A partir dos 30 anos, o cenário pode mudar. As raízes já estão completamente formadas, o osso está mais denso e o dente pode estar mais próximo de estruturas importantes, como o nervo alveolar inferior (o nervo alveolar inferior é um nervo que passa dentro da mandíbula e leva sensibilidade para os dentes inferiores, queixo e lábio inferior). Isso torna a cirurgia mais delicada e exige um cuidado maior tanto durante o procedimento quanto no pós-operatório. Além disso, com o passar dos anos, é comum que o siso esteja envolvido por tecido ósseo mais espesso, o que pode aumentar o tempo cirúrgico e a sensibilidade após a extração.
Isso não significa que pessoas acima dessa faixa etária não possam ou não devam remover o siso quando há indicação. A extração é perfeitamente possível em qualquer idade adulta, desde que feita com planejamento e acompanhamento adequado. O que muda é o nível de complexidade do procedimento e a forma como o organismo reage à recuperação. Por isso, quanto mais cedo a avaliação for feita, mais tranquilo será o processo.
Por que a avaliação preventiva é tão importante?A decisão de tirar ou manter o siso só pode ser tomada com base em uma avaliação clínica e radiográfica. O dentista analisa o espaço disponível, a posição do dente, a proximidade com estruturas importantes (como o nervo alveolar inferior) e a saúde dos dentes ao redor. Em muitos casos, a recomendação é remover o siso mesmo antes de qualquer sintoma surgir, justamente para evitar problemas futuros que poderiam ser evitados com uma intervenção preventiva.
Essa avaliação é simples, rápida e feita em consultório. Com o suporte de uma radiografia panorâmica, o profissional tem uma visão clara do que está acontecendo e pode orientar com segurança o melhor caminho.
Vale lembrar que nem todos os casos exigem a remoção. Em algumas situações, o siso pode permanecer na boca sem causar problemas, desde que esteja bem posicionado, com espaço suficiente e facilidade de higienização. Por isso, a decisão deve sempre ser individualizada e baseada na orientação do dentista.
Como é a extração e o que esperar do pós-operatório?É um procedimento tranquilo, realizado com anestesia e com os cuidados certos, a recuperação é rápida.
Nos dias seguintes, é importante seguir as orientações do dentista. Evitar esforço físico, manter a alimentação mais leve, aplicar gelo no primeiro dia e tomar corretamente os medicamentos prescritos fazem toda a diferença para uma boa recuperação.
Prevenir é melhor do que remediar!Um erro comum é adiar a extração esperando que o problema “se resolva sozinho” ou acreditando que só vale a pena tirar o siso se ele estiver doendo. Esse pensamento é perigoso e pode levar a complicações que seriam totalmente evitáveis com uma abordagem preventiva. A dor é, na maioria das vezes, um sinal de que o problema já se instalou, seja uma inflamação na gengiva, uma infecção ao redor do dente ou uma lesão no dente vizinho. Nesse estágio, o tecido ao redor já está sensibilizado, o local pode estar inchado, e o procedimento tende a ser mais desconfortável, tanto durante quanto depois da cirurgia.
Além disso, extrair um siso inflamado pode exigir um protocolo mais cauteloso, com uso prévio de antibióticos, maior tempo de recuperação e maior chance de desconforto no pós-operatório. Em alguns casos, é até necessário adiar a cirurgia para controlar a infecção antes da extração. Isso tudo significa mais etapas, mais tempo de tratamento e mais impacto na rotina do paciente.
Conclusão: avaliar é sempre o primeiro passo!
Não existe uma regra única. Cada paciente tem uma anatomia, um histórico e uma condição bucal diferentes. Nem todo mundo precisa tirar o siso, mas todo mundo precisa avaliar. Essa é a única maneira segura de tomar a melhor decisão. A ausência de dor não significa que está tudo bem, assim como a presença do dente não indica, necessariamente, que ele deve ser removido. O mais importante é entender que o siso não deve ser ignorado, e sim acompanhado com responsabilidade.
Avaliar precocemente é a melhor forma de evitar surpresas, dores desnecessárias e danos aos dentes vizinhos, que muitas vezes já passaram por tratamentos ortodônticos, restaurações ou até implantes. Um siso mal posicionado pode comprometer tudo isso em pouco tempo. A boa notícia é que esse tipo de problema pode ser previsto com antecedência e tratado antes de se transformar em algo maior.
Se você está na faixa entre 16 e 25 anos, ou mesmo se já passou disso e nunca fez uma avaliação completa dos seus terceiros molares, procure um dentista de confiança. Cuidar agora é sempre melhor do que corrigir depois, e essa escolha pode garantir um sorriso saudável, funcional e livre de dor, hoje e no futuro.